Kamukuwaká – O Chamado da Floresta
A nova experiência em realidade virtual, dirigida por Piratá Waurá, é uma convocação da sabedoria ancestral para imaginarmos futuros possíveis frente à crise climática.
Projeto em linhas gerais
Kamukuwaká – O Chamado da Floresta é uma experiência em realidade virtual (15’) que transporta o público ao Território Indígena do Xingu, no Brasil, para vivenciar a cultura do povo Wauja e refletir sobre a urgência climática a partir da ancestralidade indígena.
Dirigida pelo fotógrafo e cineasta indígena Piratá Waurá (Xingu), com co-direção do premiado realizador Francisco Almendra (RJ/Studio KWO), a obra reúne filmagens em 360° e técnicas de digitalização 3D para recriar a aldeia Ulupuwene e a Gruta Sagrada de Kamukuwaká – onde a cosmogonia do Xingu está inscrita em desenhos milenares. O público é convidado a participar da história dentro de ambientes interativos, onde é possível manusear objetos com as mãos e até mesmo usar os braços para voar até o espaço, guiados por um pajé.
Produzida pelo Studio Kwo, um dos pioneiros em realidade virtual no Brasil, e pela People’s Palace Projects, a experiência é uma imersão íntima em cantos, danças, rituais e sonhos, conduzida pela narração da ativista e educadora Shirley Krenak, ao mesmo tempo em que revela a devastação da Amazônia e os impactos do agronegócio na região.
Em novembro de 2025, a obra foi apresentada na COP30 – Conferência da ONU pelo Clima – em Belém do Pará.
— Piratá Waurá, cineasta e educador Wauja
Refletindo a sabedoria Wauja, Kamukuwaká – O Chamado da Floresta nos lembra que não estamos separados da Natureza: somos parte dela. Reconectar-se com nosso entorno e cuidar dele são os primeiros passos para agir pela preservação do planeta — começando por onde vivemos.
Yula Rocha, produtora executiva e gerente da People’s Palace Projects
Sinopse
Dirigida pelo cineasta e fotógrafo indígena Piratá Waurá, Kamukuwaká – O Chamado da Floresta (15’) transporta o público ao Território Indígena do Xingu em uma experiência imersiva de realidade virtual. A obra convida a vivenciar rituais, encontros com pajés e visões da floresta através do tempo, revelando a força dos saberes Wauja diante da crise climática.
No coração da narrativa está a Gruta Sagrada de Kamukuwaká, cujas inscrições milenares guardam a cosmogonia do Xingu. Entre mito e tecnologia, a experiência aproxima o público da sabedoria Wauja e aponta caminhos de futuros possíveis mais justos.
Informações adicionais
A obra nasce da luta do povo Wauja, do Alto Xingu, pela preservação de seu principal patrimônio cultural: a gruta sagrada de Kamukuwaká. Tombada pelo IPHAN e vandalizada em 2018, a gruta é considerada o “livro do conhecimento” dos povos do Alto Xingu. Suas paredes de pedra, talhadas com inscrições ancestrais, transmitiam há séculos ensinamentos fundamentais para as novas gerações — rituais, pinturas corporais, cantos e toda a cosmologia xinguana.
Em resposta a essa violência, o povo Wauja (Xingu), a People’s Palace Projects (Reino Unido) e a Factum Foundation (Espanha) trabalharam juntos por quase uma década na recuperação das gravuras vandalizadas e na criação de uma réplica da gruta em tamanho real, hoje instalada na aldeia Ulupuwene, no Xingu. Dessa colaboração nasceu um piloto em realidade virtual, para que os indígenas pudessem continuar visitando a gruta — ainda que virtualmente — e foi o ponto de partida para o desenvolvimento de “Kamukuwaká – O Chamado da Floresta”.