Das Cinzas
Transformando as cinzas das queimadas da Amazonia em arte para ajudar os povos Indígenas do Xingu no combate aos incêndios florestais
Projeto em linhas gerais
Das Cinzas está centrado na ideia de transformar a destruição do território indígena do Xingu em arte, atendendo à necessidade urgente de conservação e proteção da Floresta Amazônica e apoiando a luta das comunidades pela preservação de seus territórios.
Em julho de 2022, a PPP convidou o artista londrino Simon Butler, fundador da Migrate Art, para viajar ao território indígena do Xingu. Os caciques da aldeia nos levaram até as áreas da floresta que tinham sido queimadas devido à atividade ilegal de madeireiros para abrir espaço ao cultivo de soja e pastagens para o gado e nos permitiram trazer cinzas e carvão dos restos queimados.
O pigmento das cinzas foi então transformado em tintas, nanquim e pastéis e o material foi distribuído a artistas contemporâneos brasileiros e internacionais que criaram 29 novas obras que serão leiloadas.
O projeto se dedicou a arrecadar fundos para duas Associações Indígenas do Alto Xingu, cujas terras têm sido alvo de desmatamento ilegal e expostas à crise climática que elevou o risco de incêndios no território protegido.
Piratá Waurá, fotógrafo e professor do povo Wauja
Ashes From Ashes por Stanley Donwood
O primeiro lançamento deste projeto foi ‘Ashes from Ashes’, uma série impressa do artista Stanley Donwood. As três obras apresentam cenas de degradação ambiental e foram impressas com cinzas coletadas em áreas queimadas da Amazônia, destacando a necessidade urgente de conservação e proteção da floresta tropical.
Curiosidade sobre Stanley Donwood – ele é o cocriador das capas de álbuns da banda Radiohead.
Simon Butler, fundador do Migrate Art
Exposição e Leilão de arte na Christie's
From The Ashes compreende uma exposição de novos trabalhos de 29 artistas contemporâneos – Indígenas e não Indígenas – de todo o mundo, incluindo Cornelia Parker, Idris Khan, Loie Hollowell, Richard Long, Shezad Dawood, Tacita Dean e Aislan Pankararu, aberta na galeria The Truman Brewery em Londres em fevereiro de 2024. A tradicional cerâmica Wauja, feita por artistas do Xingu, também foi exibida.
Essas obras foram vendidas nos leilões de Arte Pós-Guerra e Contemporânea da Christie’s em março de 2024. Os recursos arrecadados foram direcionados integralmente pela liderança e pela comunidade Wauja e Kuikuro, que definiram suas próprias prioridades. As decisões fortaleceram a resiliência local diante das ameaças climáticas e externas, incluindo a construção de um novo poço artesiano na aldeia, o desenvolvimento de cultivos agroecológicos e a compra de um trator para apoiar os meios de vida da comunidade. Todos os investimentos foram conduzidos pela governança indígena e focados no bem-estar de longo prazo e na proteção de seu território.