The Exquisite Corpse | Corpo Esquisito

Separadamente, seis grupos de artistas, sendo três do País de Gales e três do Brasil, incluindo indigenas Wauja do Xingu e poetas de uma favela carioca criaram “partes” de um corpo de performance audiovisual no estilo “Corpo Esquisito” (um jogo colaborativo de arte ou escrita originário do movimento Surrealista parisiense). Mas antes que qualquer um desses grupos iniciasse seu processo de criação, eles tiveram apenas pistas do grupo anterior — e nada mais! Os artistas não sabiam exatamente o que os outros grupos criaram até que todos se reunissem para assistir ao resultado final do filme.

O fio condutor de elaboração desse “Corpo Esquisito” foi definido em uma reunião online com todos os artistas, aonde eles tiveram a oportunidade de se conhecer pela primeira vez. Foi um momento de troca de saberes e vivencias.  Eles compartilharam como se sentem em seus próprios contextos individuais, nos contextos de suas comunidades e territórios e no contexto global. Descobriram o que os conecta, o que os separa, e também o que lhes parece urgente e significativo nesse momento.

A partir dos temas discutidos nessa reunião, nosso “Corpo Esquisito” iniciou a sua jornada de desenvolvimento, primeiramente com os Wauja (do território Indígena do Xingu, no Mato Grosso), que gravaram cinco minutos de material. Desse material, os artistas Wauja selecionaram cuidadosamente apenas cinco fotos e cinco palavras para passar ao próximo grupo, em Wrexham, no País de Gales, enquanto o restante das gravações foi mantida com eles. Os artistas de Wrexham, por sua vez, responderam criativamente a essas fotos e palavras, gravando cinco minutos de seu próprio material. De Wrexham, o mesmo processo seguiu, passando o bastão para o Complexo da Maré no Rio de Janeiro, para Rhondda, para Itabira no estado de Minas Gerais, até sua etapa final em Caernarfon.

Nosso corpo esquisito enfim tomou forma nas mãos do nosso dramaturgo digital, Jorge Lizalde, que entrelaçou todo o conteúdo de cada local em uma única peça de performance digital, criando uma história sobre como vivemos juntos, mas também como poderíamos ou deveríamos viver juntos.